Quem Somos

O Laboratório de Oceanografia (LOF) integra a Área de Engenharia Costeira e Oceanográfica (AECO), do Programa de Engenharia Oceânica da COPPE/UFRJ (Instituto Alberto Luiz Coimbra de Pós-Graduação e Pesquisa de Engenharia / Universidade Federal do Rio de Janeiro).

O LOF é coordenado pelo Prof. Afonso de Moraes Paiva e conta em sua equipe com pesquisadores doutores, técnicos e alunos de pós-graduação e de graduação. O Laboratório desenvolve pesquisas com ênfase no desenvolvimento científico e na formação acadêmica, atuando também na solução de problemas práticos que envolvam questões ambientais e operacionais no oceano.

O que Fazemos

Nossas principais linhas de pesquisa são:

  • Estudo da circulação de larga escala no oceano Atlântico Sul e equatorial e na porção adjacente do oceano austral, levando em conta processos de interação ar-mar, formação de massas d'água, fluxos de calor e variabilidade interanual.

  • Estudo de feições de meso escala e sua variabilidade, associados principalmente a dinâmica das correntes de contorno oeste, e sua importância tanto para regiões costeiras (sua influência sobre a plataforma continental) como para a própria circulação de larga escala.

  • Estudo sobre a geração e propagação de ondas internas no oceano, com ênfase em marés internas no Atlântico Sul.

  • Estudo da hidrodinâmica costeira e de plataforma continental associados à propagação de ondas confinadas, à ressurgência costeira e à interação com correntes oceânicas.


 

Como Fazemos

Nossa principal ferramenta de pesquisa tem sido a modelagem numérica da circulação oceânica e dos processos de interação ar-mar, baseada principalmente na utilização do modelo HYCOM (“Hybrid Coordinate Ocean Model”).

O HYCOM se originou do Miami Isopicnic Coordinate Ocean Model – MICOM, utilizado pelo Prof. Afonso em seu doutoramento em Miami na RSMAS. A idéia de modelar o oceano no espaço de densidade, ou seja, em camadas isopicnais, pode parecer em princípio contraintuitiva para nós, acostumados a pensar o espaço com uma dimensão vertical fixa medida em unidades de comprimento. Para uma grande parte dos fenômenos físicos mais importantes, porém, principalmente quando a termodinâmica e os processos de mistura entram em ação, poderíamos dizer que o próprio oceano “pensa" em camadas, ou seja, muitos processos importantes ocorrem ao longo de isopicnais ou de superfícies neutras. Um modelo isopicnal, portanto, representa mais naturalmente a física do oceano nestes casos – o caráter híbrido do HYCOM, por outro lado, permite que coordenadas alternativas, geopotenciais e sigma, sejam empregadas em regiões de baixa estratificação ou próximo ao fundo em águas mais rasas. Como costumava ser dito  ainda na época do MICOM, “o oceano é geopotencial próximo à superfície, isopicnal no seu interior, e sigma próximo ao fundo” e um modelo numérico ideal deveria representar estas características.

Mais recentemente temos realizado estudos utilizando outros modelos, como o POM (“Princeton Ocean Model”) e o ROMS (“Regional Ocean Model”), em pesquisas envolvendo modelagem regional.

O ROMS, principalmente, tem se mostrado muito promissor para a simulação da meso e da submeso escalas associadas a correntes de contorno, aliando um abrangente conjunto de ferramentas de configuração e análise a um sofisticado arcabouço numérico.

Aliada à modelagem, temos sempre dado muita importância à análise de dados, coletados diretamente por nós no oceano ou obtidos de bases de dados disponibilizados por outros grupos. Hoje em dia, o acesso a bases de dados históricos (WOCE,...) e a reanálises (NCEP, ECMWF,...), além do acesso em tempo quase real a dados de bóias e traçadores (PIRATA, ARGO, GDP...) e a disponibilidade de dados de sensoriamento remoto (altimetria, temperatura da superfície do mar e clorofila) permitem que estudos baseados na análise e interpretação de dados observacionais sejam realizados mesmo quando os recursos para campanhas oceanográficas são limitados.

Temos ido, porém, cada vez mais ao mar, pricipalmente no domínio das "águas azuis" ou oceânicas. Começamos timidamente, organizando uma comissão com o NOc Antares, na região da retroflexão da Corrente Norte do Brasil, e o chamado do mar tem sido mais forte desde então. A partir de projetos como o INCT PRO-OCEANO (Estudo dos Processos Oceanográficos Integrados da Plataforma ao Talude) e o Ilhas Oceânicas (Estudo da maré interna ... nos montes submarinos da Cadeia Vitória-Trindade), além da participação em alguns editais MCTI para uso dos navios de pesquisa, temos realizado campanhas para colocação de fundeios em regiões profundas e coleta de dados hidrográficos e de correntes superficiais e subsuperficiais.

Nossa abordagem, na área científica, tem sido sempre procurar perguntas simples mas relevantes dentro de um determinado contexto do conhecimento, formular hipóteses que direcionem nossa pesquisa e utilizar os métodos disponíveis, sejam eles baseados em modelos ou dados, para responder estas perguntas. Nas áreas tecnológica e ambiental, seja no desenvolvimento de melhores técnicas de modelagem ou na sua aplicação para o desenvolvimento de ferramentas de análise ambiental, temos procurado atuar sempre aliando os aspectos práticos de um problema a uma sólida base científica, de forma a garantir a qualidade de nossos resultados.

Este é o caráter principal, por exemplo, do Projeto REMO - Rede de Modelagem e Observação Oceanográfica, que se propõem a contribuir para o uso sustentável dos recursos marinhos a partir do desenvolvimento de modelagens oceânicas (forecasts e hincasts) com alto grau de realismo, de forma a gerar bases hidrodinâmicas para estudos ambientais diversos.

LOF / GRUPO

O GRUPO - ou GRUpo de Estudos de Processos Oceânicos – é uma associação informal de pesquisadores, direta ou indiretamente ligados ao LOF (incluindo ex-alunos e colaboradores), interessados em colaborar e em desenvolver estudos sobre o meio marinho.

O nome GRUPO traduz dois de nossos principais objetivos, ou ainda duas visões sobre a nossa atuação:

Por um lado, simboliza o desejo de ir além dos limites físicos de um único laboratório e de agrupar - em torno de um núcleo constituído na COPPE/UFRJ, mas aberto a outros laboratórios e a outras instituições - alunos e pesquisadores com interesse em oceanografia.

Por outro lado, indica a ênfase no estudo de processos. Ou seja, no entendimento de que a pesquisa oceanográfica, seja ela com fins aplicados ou acadêmicos, seja ela baseada em modelagem ou na análise de dados, requer uma sólida base científica, calcada em fundamentos teóricos que levem à compreensão dos processos (físicos ou outros) que governam os diversos fenômenos oceanográficos de interesse.